Sunday, December 09, 2007

Balançar



"Pedes-me um tempo para balanço de vida
mas eu sou de letras não me sei dividir
para mim um balanço é mesmo balançar
balançar até dar balanço e sair

Pedes-me um sonho para fazer de chão
mas eu desses não tenho
só dos de voar
e agarras a minha mão com a tua mão
e prendes-me a dizer que me estás a salvar

De quê? De viver o perigo? De quê? De rasgar o peito com o quê?
De morrer mas de que paixão?
De quê? Se o que mata mais é não ver
o que a noite esconde e não ter,
nem sentir o vento ardente a soprar o coração

Prendes o mundo dentro das mãos fechadas
e o que cabe é pouco mas é tudo que tens
esqueces que ás vezes quando falha o chão
o salto é sem rede e tens de abrir as mãos

Pedes-me um sonho para juntar os pedaços
mas nem tudo o que parte se volta a colar
e agarras a minha a mão com a tua mão
e prendes-me e dizes-me para te salvar

De quê? De viver o perigo? De quê? De rasgar o peito com o quê?
De morrer mas de que paixão?
De quê? Se o que mata mais é não ver
o que a noite esconde e não ter,
nem sentir o vento ardente a soprar o coração."
Mafalda Veiga

Friday, December 07, 2007

Sonho confuso

Estou perdida.
Encontro-me num local onde não conheço ninguém nem me conheço a mim mesma.
O estranho é que estou rodeada de pessoas e ao mesmo tempo sinto-me muito sozinha, completamente abandonada...
Tudo à minha volta muda de um momento para o outro, o azul do céu desaparece e surge um cinza bem carregado, o calor que nos aquece e conforta transforma-se naquele frio estonteante e não consigo sentir nada de bom.
Sorrisos falsos, promessas não cumpridas, gestos descuidados, palavras mal usadas, atitudes estranhas, ausência de palavras, omissão da verdade...enfim, coisas irreversíveis que me atormentam neste dia a dia.
Paranóia? Julgo que não...
Realidade? Talvez não...